Por Anderson Maia, mestre de Ving Tsun, no dia internacional da mulher.
Com a chegada do século XXI, uma grande nação passou a ser o assunto da moda no mundo globalizado: trata-se da China, promissora potência econômica que tem como estratégia se apoiar no seu milenar passado, com a cabeça totalmente inclinada para o futuro.
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A antiga China, iconizada pela grande muralha |
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A nova China, a mais futurista das olimpíadas (Beijing 2008) |
Outro tema em voga é a ascensão das mulheres, deixando de ser apenas líderes do lares para assumir os mais altos postos da política e do mundo corporativo.
Quando se une China e mulher em ascenção, remete-se a uma só palavra: VING TSUN, o único legado marcial criado por uma mulher, a grande mestra Yim Ving Tsun, que viveu na China e destacou-se numa época que a mulher não tinha espaço na sociedade, principalmente a chinesa.
O mais inusitado foi que a mestra Yim Ving Tsun não colocou em um livro suas idéias, a exemplo do célebre general Sun Tzu, de mesma nacionalidade (autor de "A Arte da Guerra"): ela se inspirou nos antigos movimentos de artes marciais – chamadas pelos chineses de Kung Fu – para expressar inovadoras regras de estratégia, a ser aplicadas nas mais diversas situações da vida diária. Foi aí que surgiu o conceito que hoje é conhecido como "Inteligência Marcial".
Aplicar a inteligência marcial é quando uma situação de crise se resolve da forma mais feminina possível: usando a sensibilidade ao invés da força; agir indiretamente para não ser direto e grosseiro; saber usar poucos recursos para lidar com coisas gigantes, dentre outros aspectos totalmente ligados à mulher.
Por que usar as técnicas de luta? Yim Ving Tsun obteria fama se suas idéias dessem certo num ambiente tão masculinizado quanto o da guerra, que o importante, até então, era a virilidade e a força dos guerreiros.
E foi isto que aconteceu. Logo os chineses perceberam a eficácia da "feminilização da guerra" e se renderam à prática da inteligência marcial, que, em homenagem à mestra, foi batizada de Ving Tsun Kuen , ou seja, "os punhos da Ving Tsun".
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Ving Tsun: eficácia sem usar força |
O Ving Tsun agregou muitos adeptos da aristocracia chinesa durante quase três séculos. Foi como se hoje se falasse da "atividade da moda" e todos a buscassem. Somente com a revolução comunista do ditador Mao Tse Tung, que mestres da inteligência marcial saíram da China e foram para o ocidente, a partir de 1950. Pelo menos para isto serviu a revolução vermelha!
Por fim, espero poder levar à mensagem do Ving Tsun ao maior número de pessoas do ocidente, fazendo jus à sabedoria chinesa e aos refinados valores femininos. Pelo que parece, estamos caminhando rumo a um grande universo, onde a China e as mulheres são as maiores estrelas.
Contato: andersonmaia@myvt.org